NASCIMENTOª, L.C; ET al. Crianças com câncer e suas famílias. Rev Esc Enferm USP 2005; 39(4): 469-74.
Dentre as doenças crônicas infantis, o câncer se destaca pela sua alta incidência e repercussões na vida da criança e sua família e, por isso, optamos por selecioná-lo como objeto de estudo deste trabalho. Famílias de crianças com câncer, muitas vezes, sentem-se impotentes para satisfazerem as necessidades relacionadas aos cuidados de saúde de suas crianças e de sustentarem suas vidas familiares.
A família e a criança enfrentam problemas como longos períodos de hospitalização, reinternações frequentes, terapêutica agressiva com sérios efeitos indesejáveis advindos do próprio tratamento, dificuldades pela separação dos membros da família durante as internações, interrupção das atividades diárias, limitações na compreensão do diagnóstico, desajuste financeiro, angústia, dor, sofrimento e o medo constante da possibilidade de morte.
Em estudo exploratório descritivo, foram desveladas as experiências e necessidades de membros de famílias rurais que possuíam uma criança com câncer, de modo a proporcionarem aos profissionais de saúde, ligados à oncologia pediátrica, maior conhecimento dos desafios adicionais enfrentados por estas famílias.
Com o objetivo de explorar também as experiências vivenciadas por membros de famílias cujas crianças tivessem leucemia linfocítica aguda (LLA) e, especificamente, o “tornar-se” paciente oncológico
vivido pela família como um todo, foram entrevistados membros de quatro famílias e três profissionais de uma clínica pediátrica oncológica, em Virginia, USA.
A presença de uma criança com uma doença como o câncer, afeta os relacionamentos familiares de diversas formas. Afeta, também, dimensões externas à estrutura familiar da criança, exigindo reflexões e adaptações, tanto por parte da criança, quanto dos seus familiares. Os estudos demonstram que a enfermagem precisa desenvolver métodos de abordagem que apreendam as suas necessidades de assistência, particularizando o cuidado de acordo com a singularidade de cada caso e evitando estereótipos ou preconceitos, os quais referem-se tanto às incapacidades da criança, quanto às limitações dos pais em encontrarem formas criativas e positivas para lidar com dificuldades no processo de crescimento e desenvolvimento da criança. Em outras palavras, não se deve subestimar a competência dos pais e familiares, nem deixá-los desamparados quando necessitam de suporte.
2º Fichamento
VIEIRA, C.P; LOPES. M.H.B. M, SHIMOS, A.K.K. Sentimentos e experiências na vida das mulheres com câncer de mama. Revista Esc Enfermagem USP 2007; 41(2): 311-6.
Compreender as representações que as mulheres acometidas pelo câncer de mama têm acerca de sua doença, é algo considerado extremamente relevante. As representações são aqui compreendidas como um conjunto de ideias, saberes e sentimentos incorporados pelos indivíduos que são provenientes de uma estrutura social mais ampla. Também se considera importante avaliar quais são as alterações sociais na vida destas mulheres, bem como os possíveis conflitos enfrentados na sua vida cotidiana como um todo.
Por tanto, a mulher acometida por essa doença não tem apenas o seu corpo modificado, mas também a sua imagem corporal e diferentes aspectos da sua vida social e afetiva.
Tem como objetivo, identificar quais são os pensamentos e os sentimentos mais comuns vivenciados por mulheres depois do diagnóstico de câncer de mama, por meio de uma revisão de periódicos indexados dos últimos 5 anos.
Trata-se de uma revisão da literatura acerca dos aspectos emocionais e sociais que envolvem desde a descoberta do câncer de mama até a possível vivência da mastectomia. O câncer de mama: questões da identidade feminina: Quando se descobre com câncer de mama, a mulher adquire uma nova identidade. Isso porque o seio é o órgão do corpo feminino que está associado ao prazer e à vida. É ele que fornece leite após a gestação, sendo fonte de alimento para seu bebê. Normalmente, é um símbolo de valor, sendo insubstituível nos caso em que ocorrem perdas.
Algumas consequências relacionadas ao diagnóstico do câncer estão associadas aos aspectos sociais, outras ao psiquismo, como as ideias recorrentes de morte, o medo da mutilação, da perda de algumas pessoas de seu convívio. Considera- se que a manifestação de uma doença é a demonstração de que outros sintomas estão presentes na vida da pessoa e não estão sendo passíveis de resolução. Adoecer é uma ameaça à auto-imagem e à existência de todas as pessoas. O sentimento de ansiedade vai aumentando conforme as consultas médicas vão ocorrendo, e alguns pacientes tendem a utilizar os mecanismos de defesa inconscientes para lidar com a situação. Durante toda a vivência do câncer, os sentimentos mudam muito. Há um aprendizado muito grande no sentido de buscar uma organização de sua vida, para saber o que vai ser feito para não perder o controle da situação.
O câncer, de forma geral, é uma doença vista como destruidora geralmente sentida pelas pessoas como um castigo, como uma punição, porque envolve sentimentos difíceis de ser administrado, principalmente o estigma social de morte. Muitas construções culturais acerca do diagnóstico da doença ainda fazem com que a mulher sinta que está recebendo uma sentença de morte. Surge então o medo de ser mutilado, o medo de rejeição, dentre outros.
Conclui-se que as experiências relacionadas com o câncer de mama têm um âmbito muito individual, tendo representações diferenciadas para cada mulher que as vigências.
3º Fichamento
HAAS, P; ANTON, A; F, A. Câncer colo retal no Brasil: consumo de grãos integrais como prevenção.
Informar epidemiologicamente a situação do cancer colo retal e suas regiões no Brasil, com estimativa para o ano de 2006 e evidenciar estudos sobre o efeito protetor do consumo de grãos integrais para essa neoplasia foi o objetivo deste trabalho. Os dados foram obtidos a partir de levantamento bibliográfico atualizado e consulta ao Instituto Nacional de Câncer (INCA). O desenvolvimento de varias formas mais comuns de câncer resulta de uma interação entre fatores endógenos e ambientais, sendo o mais notável desses fatores a dieta.
O numero de novos casos de CCR mundial aumentou rapidamente desde 1975 (calcularam então ser 500.000) e afeta homens e mulheres igualmente. No entanto, a incidência de CCR não e comumente distribuída. Por exemplo, em países ocidentalizados (Norte e a América do Sul, Europa Ocidental, Austrália, e nova Zelândia) incidência de CCR em homens e 12,6% e mulheres são 14,1%, ao passo que em CCR de países em desenvolvimento representa 7,7% e 7,9% de todos os casos em homens e mulheres, respectivamente.
No Brasil, existe uma diferença regional na distribuição dos tumores de colón e reto, sendo os maiores coeficientes observados nas populações das regiões Sul e Sudeste, que se caracterizam por apresentar o maior nível socioeconômico do país. E importante considerar a hipótese de que, nas regiões Norte e Nordeste dos pais, muitos óbitos por essa neoplasia podem ocorrer; no entanto, paralelamente, Existe um serio problema de notificação, o que levaria a uma incidência menor como relatado. A maior incidência de casos ocorre na faixa etária entre 50 e 70 anos, mas as possibilidades de desenvolvimento já aumentam a partir dos 40 anos. Ha evidencia medicas comprovando genes anormais nos pólipos.
4º Fichamento
REZENDE, V.L; ET al. Revisão crítica dos instrumentos utilizados para avaliar aspectos emocionais, físicos e sociais do cuidador de pacientes com câncer na fase terminal da doença. Revista Brasileira de Cancerologia 2005; 51(1): 79-87.
Atualmente, muitas pessoas vivem por mais tempo e assim, o cuidar do paciente com doenças crônicas tornou-se um elemento importante no contexto da saúde pública. O paciente com câncer deve contar com uma ampla estrutura de apoio para enfrentar as diferentes etapas do processo, desde a prevenção, o diagnóstico e os tratamentos prolongados. Estudos recentes demonstram, porém, que os cuidadores apresentam dificuldades para identificar o que o paciente sente. Nos estudos que abordam as consequências de cuidar do paciente na fase terminal da doença, a experiência é descrita como muito pesada e negativa para os cuidadores informais. A depressão e a ansiedade são esperadas, mas não deveriam ser prolongadas. Poucos trabalhos têm examinado pacientes e família ao mesmo tempo. A maioria tem avaliado a família após a morte, no período do luto. Pouco se conhece sobre o estado psicológico do cuidador no período que antecede a morte do paciente. O estudo das doenças crônicas, cuidados paliativos e medicina não-curativa levaram a reavaliar a questão da morte. Hoje, quando se estuda o paciente na fase terminal da doença, surge a noção do que poderia ser considerado um "bom final de vida" e uma consequente "boa morte".
Existem muitos instrumentos padronizados disponíveis na literatura nesta linha, porém a maioria não é completa em relação a todas as dimensões dos cuidados que devem ser oferecidos na fase terminal da doença (sintomas físicos, sintomas psicológicos, suporte social, necessidades econômicas, expectativas e esperanças, crenças existenciais e espirituais). No presente estudo, foram analisados alguns dos principais instrumentos e selecionado um recentemente publicado e ainda não validado no Brasil, para realizar sua tradução. Ele possibilita a avaliação multidimensional dos cuidadores de pacientes com câncer na fase terminal da doença, o General Comfort Questionnaire (GCQ).
5º Fichamento
ABDO, E.N; GARROCHO, A.A; A M.C.F. Perfil do paciente portador de carcinoma epidermóide da cavidade bucal, em tratamento no Hospital Mário Penna em Belo Horizonte. Revista Brasileira de Cancerologia, 2002, 48(3): 357-362.
O carcinoma epidermóide (CE) corresponde a cerca de 90% dos tumores malignos da boca. O objetivo do trabalho foi determinar o perfil do paciente em tratamento de carcinoma epidermóide da cavidade bucal (CE), no Hospital Mário Penna em Belo Horizonte, obtendo-se assim as características regionalizadas dessa população. Embora haja um aumento na incidência entre as mulheres, os estudos mostram uma marcada prevalência para o sexo masculino. A raça branca tem sido relacionada com uma maior frequência na incidência do CE bucal.
O consumo associado de álcool e fumo é responsável por um aumento do risco de CE bucal, sendo maior que a soma do risco de cada fator. A maioria dos portadores de CE bucal tem baixa renda e grau de instrução precário. Foram entrevistados 154 pacientes, sendo 124 do sexo masculino (80,5%) e 30 do sexo feminino (19,5%), em tratamento de carcinoma epidermóide bucal (CE), excluindo-se o de lábio, no Hospital Mário Penna em Belo Horizonte. A relação homem/mulher foi de 4,1:1.
Os pacientes iniciaram o hábito de fumar numa média de idade de 14,2 anos e começaram a beber aos 17,6 anos em média. A média de idade para o sexo masculino foi de 55,7 anos e para o sexo feminino de 65,7 anos. Encontramos uma alta prevalência de analfabetos (44,8%), 80,5% provenientes de áreas urbanas, 58,9% de pacientes vivendo com no máximo 1 salário mínimo, uma maior prevalência entre pacientes leucodérmicos (55,2%). Os resultados acusaram 79,3% de fumantes, 48,1% de etilistas. Os dados evidenciaram uma maior prevalência da lesão no assoalho bucal (27,9%), seguido da língua (22,1%) e região retromolar.
Os programas de saúde devem usar formas mais eficazes de divulgação e prevenção do CE bucal. O grande número de analfabetos mostra que cartazes, cartilhas e panfletos não são veículos de divulgação satisfatórios para esse segmento da população. O trabalho de combate ao tabagismo e ao alcoolismo tem que caminhar em conjunto com a melhoria das condições sociais e culturais, necessitando um longo e árduo caminho para reverter-se o quadro de incidência do câncer de boca no Brasil.
6º Fichamento
CARVALHO, N.S; ET al. ASSOCIAÇÃO ENTRE HPV E CÂNCER PENIANO: REVISÃO DA LITERATURA.
O câncer de pênis é uma doença rara, sendo o carcinoma de células escamosas responsável por 95% dos casos de neoplasias malignas do pênis. O câncer de pênis é uma patologia muito frequente no Brasil; dados levantados pelo DATASUS sugerem que o país esteja em segundo lugar no ranking mundial da doença, atrás apenas da África. Apesar de sua etiologia ser desconhecida, vários estudos indicam a associação entre o papiloma vírus humana (HPV) e o carcinoma de células escamosas do pênis, principalmente em lesões com padrão basalóide ou verrucoso.
O diagnóstico de câncer peniano é feito por meio de biópsia incisional da lesão, cujos principais diagnósticos diferenciais são cancro sifilítico, cancro mole e condiloma simples ou gigante. De acordo com o tamanho e a profundidade da lesão, o tratamento do câncer de pênis faz-se por meio da aplicação tópica de creme de fluorouracil, radiação externa ou laser, ou através da amputação parcial ou total do órgão.
O objetivo desse estudo foi levantar os dados da literatura para se avaliar o percentual de associação entre o HPV e o câncer peniano, bem como os principais tipos de vírus encontrados e a sua prevalência nos subtipos de carcinoma de células escamosas do pênis.
Dessa forma, o processo de pesquisa englobou tanto fontes tradicionais de conheci mento (como livros) quanto artigos de periódicos eletrônicos retirados do PUBMED/Medline, Scielo, CAPES e Lilacs. Por se tratar de um tema bastante recente e com escassa literatura a respeito, restringimos a pesquisa, baseada em artigos científicos, aos últimos 20 anos.
Com base nas referências de várias séries estudadas foi observada a variabilidade do achado da presença da infecção pelo HPV em associação com o carcinoma peniano. Desta forma, foram encontradas variações entre 15,0% e 46,3% desta presença na dependência de vários fatores que serão posteriormente discutidos.
Com base nos achados dos estudos, conclui-se que o HPV demonstrou uma média de associação de 30,3% com o câncer peniano, em especial o tipo 16. Notou-se uma maior prevalência do HPV em lesões não invasivas.
7º Fichamento
FILHO, L.M; ET AL. Impacto da Avaliação Pré-Anestésica sobre a Ansiedade e a Depressão dos Pacientes Cirúrgicos com Câncer. Revista Brasileira de Anestesiologia Vol. 56 N° 2, Março - Abril, 2006.
Ansiedade e depressão são os distúrbios psiquiátricos mais comumente associados às doenças clínicas. Ansiedade patológica pode estar presente em condições como doenças físicas, vigência de uso de medicamentos ou drogas, abstinência de depressores do sistema nervoso central ou mesmo, primariamente, nos chamados transtornos ansiosos.
A maioria dos pacientes teme a anestesia, sentir dor, morrer e sofrer mutilações. O medo da intervenção cirúrgica em alguns pacientes com câncer é tão grande, que ansiedade patológica ou pensamentos distorcidos ocorrem, resultando em recusa do tratamento em mais de 5% dos casos.
Avaliação Pré-Anestésica (APA) portadores de qualquer tipo de câncer a serem submetidos à cirurgia relacionados a essa doença, durante um período de seis meses. Foram incluídos no estudo pacientes de ambos os sexos, estado físico ASA II e III, com idade maior ou igual a 18 anos. Constituíram critérios de exclusão os pacientes que apresentavam deficiência auditiva, de fonação ou mental e aqueles que estavam em uso de substâncias psicoativas.
Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos de acordo com a fase da consulta pré-anestésica em que as escalas foram aplicadas aos pacientes.
Após aprovação pelo Comitê de Ética do Hospital foram selecionados 63 pacientes adultos, com câncer a serem submetidos à intervenção cirúrgica relacionada à doença. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos com a aplicação da escala antes (AAPA) ou no final (DAPA) da consulta pré-anestésica. Foram utilizadas as escalas de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HAD).
A prevalência de ansiedade observada no grupo AAPA foi similar à encontrada em pacientes internados com câncer, utilizando a mesma escala (HAD).
Os grupos foram homogêneos em relação aos dados sócio-demográficos.
A prevalência de depressão observada nesse estudo (18,7%) encontra-se dentro dos limites descritos na literatura referente à pacientes com câncer de diversos tipos, utilizando diferentes instrumentos de avaliação (17% a 50%).
Conclui-se que a avaliação pré-anestésica reduziu a prevalência e os níveis de ansiedade dos pacientes deste estudo, mas não teve qualquer efeito sobre a prevalência e os níveis de depressão.
8º Fichamento
JURBERG, C; GOLVEIA, M.E; BELISÁRIO, C. Na mira do câncer: o papel da mídia brasileira. Revista Brasileira de Cancerologia 2006; 52(2): 139-146.
Tem como objetivo realizar uma abordagem mais adequada para prevenir e evitar o aparecimento de novos casos de câncer. A busca de resposta para nossos questionamentos, através de pesquisa oriunda de material publicado pela mídia brasileira, procurou respaldar a visão crítica sobre o jornalismo científico empreendido em nosso país.
Recentemente, investigou-se outro estudo o que a sociedade de duas grandes metrópoles brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo, conheciam em relação ao câncer. Um questionário foi aplicado com perguntas básicas sobre câncer numa amostra de 108 indivíduos residentes nessas duas localidades. A amostra foi subdividida em três grupos: pessoas leigas, jornalistas que escrevem exclusivamente sobre ciência, e alunos de uma faculdade de jornalismo.
Vários aspectos foram observados durante a análise, dentre os quais foram verificados: se as produções das reportagens foram realizadas por jornalistas brasileiros ou se eram originárias de agências de notícias internacionais; quais os tumores malignos foram mais noticiados; qual o enfoque principal das matérias: prevenção, diagnóstico, tratamento, epidemiologia e/ou cura; o uso de fenômenos de linguagem como as analogias para explicar determinados processos; a seriedade no tratamento dos temas versus os erros mais frequentes cometidos por jornalistas; e a referência a periódicos internacionais e nacionais nos estudos divulgados.
Sabendo-se que o câncer é uma doença que infelizmente ainda é a segunda causa de mortalidade em nosso país e tem taxas de morbidade estimadas, para 2005, em 500 mil novos casos.
Conclui-se que, este estudo procurou ampliar o conhecimento sobre qual o tratamento que a mídia impressa brasileira disponibiliza para o tema câncer e, neste sentido, permitir que os especialistas tivessem maior informação sobre a divulgação científica neste campo.
9º Fichamento
MUTTI, C.F; PAULA, C.C. Assistência à Saúde da Criança com Câncer na Produção Científica Brasileira. Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(1): 71-83.
No âmbito mundial, o câncer representa de 0,5% a 3% de prevalência entre as crianças, se comparadas à população em geral. No Brasil, a partir dos dados obtidos do registro de câncer de base populacional, observou-se que o câncer infantil varia de 1% a 4,6%.
Sabe-se que os tipos mais frequentes de câncer são leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas. A leucemia é o mais comum entre menores de 15 anos, principalmente a leucemia linfocítica aguda (LLA).
Tem como objetivo, uma pesquisa de mapeamento das produções científicas brasileiras da temática de câncer em crianças. Para tanto, foi feita a seleção dos artigos disponíveis on-line na íntegra e sua classificação, segundo as variáveis: ano, região, subárea e tipo de estudo; e a análise da tendência e natureza.
Trata-se de um estudo de revisão, com abordagem descritiva quanti-qualitativa. A assistência em oncologia desenvolve-se pelo cuidado: preventivo, curativo e paliativo. O cuidado preventivo no campo da pediatria oncológica pode ser desenvolvido por ações antes do nascimento da criança e durante a infância. Antes do nascimento, o aconselhamento genético aos pais vem se mostrando como possibilidade na prevenção.
O mapeamento das produções aponta uma concentração regional no eixo Sudeste-Sul e um aumento quanti-qualitativo das publicações. Na grande Área das Ciências da Saúde, destacaram-se as produções nas subáreas da Enfermagem e Medicina. Desde o início das publicações, os artigos de pesquisas científicas destacaram-se, sendo que a primeira publicação de acesso on-line na íntegra data de 1982.
Para concluir, destaca-se a importância desta pesquisa em sistematizar as produções científicas nacionais na temática da assistência à saúde da criança com câncer, e apresentar suas características de natureza clínico-epidemiológica e sociocultural e de tendência curativa.
10º Fichamento
REZENDE, V.L; ET al. Revisão crítica dos instrumentos utilizados para avaliar aspectos emocionais, físicos e sociais do cuidador de pacientes com câncer na fase terminal da doença. Revista Brasileira de Cancerologia 2005; 51(1): 79-87.
No Brasil, são escassos os estudos com a família ou com os cuidadores informais de pacientes com câncer que utilizaram instrumentos de avaliação padronizados. Silva estudou como o câncer desestrutura a família e recomenda que um terapeuta familiar seja incorporado à equipe de saúde, enfatizando a necessidade de instrumentos específicos para avaliar aspectos emocionais.
A maioria dos estudos avalia, em geral, após a morte, já no período de luto, ao passo que o cuidador informal pode apresentar alterações emocionais, físicas e sociais principalmente no período que antecede a morte do paciente, fator que torna necessária a mensuração destes sintomas. Existem muitos instrumentos padronizados disponíveis na literatura nesta linha, porém a maioria não é completa em relação a todas as dimensões dos cuidados que devem ser oferecidos na fase terminal da doença (sintomas físicos, sintomas psicológicos, suporte social, necessidades econômicas, expectativas e esperanças, crenças existenciais e espirituais). No presente estudo, foram analisados alguns dos principais instrumentos e selecionado um recentemente publicado e ainda não validado no Brasil, para realizar sua tradução. Ele possibilita a avaliação multidimensional dos cuidadores de pacientes com câncer na fase terminal da doença, o General Comfort Questionnaire (GCQ).
Observa-se um número considerável de questionários utilizados para avaliação do cuidador abordando diferentes tipos de necessidades.
Conclui-se que Existem poucos trabalhos sobre as consequências do cuidar de pacientes com câncer na fase terminal da doença. A maioria dos questionários não abarca todas as dimensões dos cuidados que devem ser oferecidos na fase terminal da doença (sintomas físicos, psicológicos, social, econômicos e espirituais). A escolha do GCQ levou em conta seu caráter multidimensional e sua aplicabilidade entre cuidadores de pacientes com câncer na fase terminal da doença.